domingo, 8 de julho de 2007

E então, Berila continua sua jornada...






Pois é. Para quem leu a primeira parte, acho que brotou qualquer coisa debaixo do meu baço que rola de usar para ajudar Berila a proseguir sua jornada. Afinal, não queremos que o céu se parta.



Ou queremos?









Darbarat vivia longe. Bem longe, ela tinha certeza. Perto de um dos Maiores, provavelmente perto dos Mais Antigos. Certa vez, Ormid a levou para passear na Nuvem Púrpura, a verdadeira, não a pequenininha em que ás vezes Berila ia brincar escondido. A nuvem onde sua mãe passava muito tempo com Darbarat. Ormid contou a Berila que foi onde Darbarat a ensinou a Fiar. Fiar de verdade, não como sua avó o fazia, como aquele grande Lugar Tempestade Vermelha, que sua avó tecera perto de onde ela e sua mãe escolheram para começar um novo Jardim. Um Jardim que Berila tinha certeza que era de alguma forma especial, que produziria algo novo e magnífico. Não importa que suas amigas zombassem dela, ela tinha certeza disso em seu coração. E estava decidida a preservá-lo e, para isso, precisava ajudar sua mãe a Fiar novamente.
Berila juntou suas coisas, uma agulha prateada (não um dos Fusos de sua mãe, oh não, ela não ousaria, mas uma boa agulha, que ela mesma fez) e um carretel de linha, linha esta que havia feito com seus cabelos de criança (bem, quando era mais criança da que é agora). Pegou um agasalho, comeu uma fruta e gaurdou outra no bolso para comer na volta. Quando acabou de se preparar para partir, Berila parou na porta de casa e olhou para sua enfêrma mãe, que estava, deivido a moléstia, incomunicável. Berila então sentiu muito medo de viajar sozinha e dixar sua mãe e sua casa. Ela sentou e chorou um pouquinho. Mas só um pouquinho, e logo se levantou. Olhou resignada para o Mar Profundo, que se estendia a sua frente. Olhou para a mãe, deu-lhe um beijo, e partiu. Deixou o Jardim para navegar o Mar Profundo, rumo aos à Nuvem Púrpura e talvez para os Confins. Ela nem sabia se conseguiria realmente, se estaria segura ou mesmo se voltaria. Mas ia salvar seu Jardim. Ora, ia sim.
E enquanto isso Darbarat dormia profundamente em um de seus Não-Luz, e sonhava com fogo líquido, o belo fogo líquido de um certo Jardim. E com uma aranha de olhos muito atentos. Sim, muitíssimo atentos.

Um comentário:

Unknown disse...

Vc e sua sensibilidade impar...